segunda-feira, 5 de março de 2012

Livros aleatórios de ficção-científico-fantasiosa que merecem ser lidos - Parte IV.


Por Carlos  Gabriel F.

Antes de elaborar uma lista é necessário enfatizar que os itens abaixo descritos e devidamente mencionados estão sendo analisados por fatores subjetivos. Quero dizer: não foram registrados em cartório como os melhores já escritos ou que mereçam presença divina em suas respectivas estantes. Posso dizer que são livros absolutamente aleatórios, que li em um período de tempo e que creio merecer destaque aqui, neste espaço virtual que estamos criando paulatinamente.

O gênero que me chegou primeiramente à mente e que dá característica à lista é a ficção/fantasia, daqueles que narram estórias que existem apenas nas páginas amareladas e distanciam-se do plano real (quem sabe?); daquelas que criam seres novos e relacionamentos surpreendentes; que em cenários de horror traçam cenas de suspense capazes de dar vertigens; que dão vida àquilo que algum dia cientificamente possa vir a existir.

Já que estes aspectos foram mensurados (novamente. Confira a primeira, segunda e terceira!), que comecemos:

Na quarta lista que aqui datamos senti a necessidade de colocar nos holofotes livros que ora ou outra influenciaram naquilo que me equivale enquanto literário. “O Pequeno Príncipe” (1943) de sabe-se lá por quais motivos não se encontrara aqui previamente, foi o meu primeiro livro. Devorei aos bocados pelo computador, de tantas maneiras e de perspectivas tão inovadoras, que ao final da história necessitei voltar num recomeço. Os melhores contos vêm de histórias simples, daquelas que transformam a tamanha simplicidade na escrita em algo estonteantemente magnífico. Lembram-se de Flicts? Acredito que o livro de Antoine se encaixa no mesmo nicho: daqueles de pequenos-para-grandes; dos que à primeira vista parecem inocentes para os infantes, mas que ao final quebram barreiras. Pois bem, é sobre um príncipe que ama a sua rosa de um planeta distante; é sobre enfrentar novas perspectivas e descobrir novas criaturas; é sobre perdão e necessidade de reconquista; é sobre amor e gratidão; é, sobretudo, desculpem-me o clichê, um dos melhores livros que já li.

“As estrelas são todas iluminadas... Será que elas brilham para que cada um possa encontrar a sua?”

Markus Zusak, que será reconhecido pelo seu famigerado romance “A Menina que Roubava Livros” (2006) em terras brasileiras, tem um livro precedente de tamanha primazia para com a minha pessoa quanto o supracitado. “Eu Sou o Mensageiro” (2002) conta a história de Ed Kennedy, taxista, jovem de 19 anos, medíocre e sem futuro, mas que, de algum modo, impedira um assalto – e é este ato que resulta no recebimento de cartas misteriosas que o destinam a indivíduos que, também, necessitam desesperadamente de sua ajuda. A linguagem aqui usada por Zusak é direta, sem eufemismos, diferente da que notamos muitas vezes no seu lançamento futuro. Com um final marcante, Ed nos conduz através de uma trama de busca pela necessidade dos outros personagens; por meio de suas também mágoas o jovem se torna a mensagem para aqueles que necessitavam de apoio.

“O silêncio se aproxima mais ainda, me dá uma porrada e me empurra pra frente.”

 Citar Harry Potter em uma lista de ficção é quase que redundante, não?! Talvez seja por isso prolonguei tanto para me certificar de que algum dia fosse especificado aqui que o primeiro livro de J. K., Harry Potter e a Pedra Filosofal (1997), é um dos que mais aprecio; seja pela descoberta de um menino sobre aquilo que levaria para consigo durante toda a sua vida ou por entender que naquela história me encontraria representado em dias de tristeza social. Temos aqui, como já dito em tantos espaços virtuais, a presença de um garoto que se descobre – entremeado por sua pequena vida em um local físico pequeno – de sangue bruxo e com passagem marcada para uma escola que te ensinaria novas aprendizagens. Mas quem não precisa de amigos nos períodos mais estranhos da vida? É aqui, nessas primeiras páginas de Rowling, que conhecemos o trio Hermione, Rony e Harry; é nesta brochura que também vemos o primeiro mistério a ser resolvido.

“Ele vai ser famoso, uma lenda. Eu não me surpreenderia se o dia de hoje ficasse conhecido no futuro como o dia de Harry Potter. Vão escrever livros sobre o Harry. Todas as crianças no nosso mundo vão conhecer o nome dele!”

Quem diria, Saramago, quem diria, que seria numa lista de vestibular que te encontraria. Naquela lista de literatura: fora assim que me deparei primeiramente com àquele que considero (por favor, não no passado) o gênio da literatura contemporânea. “Ensaio Sobre a Cegueira” (1995) foi uma verdadeira paixão. Li sem pré-conceitos já me dados ao longo do ensino médio de que seria um verdadeiro porre. O modo sui generis de Saramago a narrar a uma história me conquistara de imediato: principalmente a criticar a visão supérflua e cega que, muitas das vezes, tratamos os diferentes aspectos da trama social em que vivemos, seja no âmbito político ou até mesmo sentimental. O autor metaforiza em suas páginas este aspecto, utilizando-se de personagens que perdem a visão para uma grande cegueira branca e que, absurdamente, são submetidos a situações desumanas a fim de ter como objetivo único a sobrevivência, perante a incapacidade e impotência. Trata-se de egocentrismo, de necessidade, de abandono, de índole, de amizade e, sobretudo, de ética, bondade e moral sobressalentes. 

“O medo cega, disse a rapariga dos óculos escuros, São palavras certas, já éramos cegos no momento em que cegámos, o medo nos cegou, o medo nos fará continuar cegos, Quem está a falar, perguntou o médico, Um cego, respondeu a voz, só um cego, é o que temos aqui.”


O livro intermediário entre os já conhecidos “Anjos e Demônios” (2000) e “O Código da Vinci” (2003), “Ponto de Impacto” (2001) retrata o que já esperamos tanto de Dan Brown: o inesperado. Rachel Sexton e Michael Tolland, aqui vistos como personagens principais, são surpreendidos a serem contatados e noticiados de que no grande Ártico havia sido localizado um meteorito que, em seu interior, encontravam-se fósseis – o que provava felizmente a existência de vida extraterrestre. O que aprecio acerta de Dan Brown é a sua capacidade de inserir na trama uma alta quantidade de teorias físicas – muitas das vezes conspiratórias – e a sua capacidade em explaná-las de modo fácil à compreensão. A pesquisa de Rachel e Michael os levarão a grandes descobertas que surpreenderão, certamente, o leitor.

“Chega de falar de peixes - ela interrompeu, com voz sensual, desabotoando seu pijama. - O que você me diz dos rituais de acasalamento de espécies avançadas de primatas?”



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