quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Livros aleatórios de ficção-científico-fantasiosa que merecem ser lidos - Parte II.


Por Carlos Gabriel F.

Antes de elaborar uma lista é necessário enfatizar que os itens abaixo descritos e devidamente mencionados estão sendo analisados por fatores subjetivos. Quero dizer: não foram registrados em cartório como os melhores já escritos ou que mereçam presença divina em suas respectivas estantes. Posso dizer que são livros absolutamente aleatórios, que li em um período de tempo e que creio merecer destaque aqui, neste espaço virtual que estamos criando paulatinamente.

O gênero que me chegou primeiramente à mente e que dá característica à lista é a ficção/fantasia, daqueles que narram estórias que existem apenas nas páginas amareladas e distanciam-se do plano real (quem sabe?); daquelas que criam seres novos e relacionamentos surpreendentes; que em cenários de horror traçam cenas de suspense capazes de dar vertigens; que dão vida àquilo que algum dia cientificamente possa vir a existir.

Já que estes aspectos foram mensurados (novamente. Clique aqui a conferir a primeira parte da lista), que comecemos:

Você provavelmente já se deparara com este livro em algum ponto inexperiente de sua vida, seja como preferido da sua professora de colegial ou até mesmo vagando nas estantes de alguma da biblioteca. “O Mundo de Sofia” (1991), de Jostein Gaarder, é considerado por mim, e por muitos, como um clássico da literatura. A narrativa é realizada de uma forma interativa, de modo a descrever toda a história da filosofia e despertar a consciência do leitor perante a vida e suas ciências. A trama vivida por Sofia e seu professor particular é fenomenal por fatores instigantes e únicos, criados especialmente por Gaarder. Ao começar a leitura, é melhor estar preparado para o final!

“(...) Não quero que tu pertenças à categoria dos apáticos e dos indiferentes. Quero que vivas a tua vida de forma consciente.”




Mr. X.” (1999), de Peter Straub, fora comprado por mim porque estava na mesma estante que os brochurados de Stephen King e do mesmo recebia uma ótima crítica: “A trama nos desafia, os personagens são de uma complexidade intrigante, e o estilo inconfundível”. Somos levados pelo mundo eloquente criado por Ned Dunstan e as lacunas existentes em sua vida. Sua mãe, Star, no leito da morte avisa-lhe sobre as circunstâncias perigosas em que vivia e o nome de seu pai, antes desconhecido. Em cenas vibrantes de áreas oníricas da psique humana, acompanhamos a narração de Peter Straub, que é marcada entrementes pelo horror. 

“Vocês estão certos – realmente certos – que sabem quem foi que lhes contou esta história?”




Com os holofotes virados para “Crepúsculo”, “A Hospedeira” (2008) talvez não tenha ganhado o verdadeiro reconhecimento que deveria. Stephenie Meyer, aqui mais densa e madura do que nas estórias vampirescas, concerta uma trama de um mundo dominado por seres que usam dos humanos como os seus hospedeiros. Neste plano está Melanie, uma das “selvagens” que, porventura, não sucumbira ao processo extraterrestre.  Peregrina, entretanto, é designada como “alma” para o invólucro de Melanie, que, por desacorde do destino, fora capturada. O que não se era esperado, contudo, é a sobrevivência, mesmo que mental, da humana que aquele corpo habitava. A obra de Meyer retrata um questionamento da humanidade enquanto laços fraternais e âmago sentimental: somos físico ou espiritual? Podemos mudar o que de fato somos?

“Talvez não pudesse haver felicidade neste planeta sem um peso igual de dor que deixasse tudo equilibrado em alguma balança desconhecida.”
A Vidente” (2009), Hannah Howell, é o primeiro da coleção Wherlocke Series, e dá graças para os dias de chuva, com chocolate quente ao lado da bancada e meias de lã nos pés deitados: um belo romance açucarado. Passando-se no século XVIII, Chloe Wherlocke possui o dom de ver, com antecedência, fatos ainda não realizados. Ainda em 1785, ela é capaz de visualizar a morte de sua irmã ao realizar o parto e todas as suas complicações futuras. Na tentativa de impedir o falecimento, a herdeira Wherlocke penetra ainda mais nos laços dos seus familiares, o que exigirá dela um lado heróico – força, vontade própria e capacidade de mudar os padrões impostos pelo seu contexto social-histórico.

“Bem, depois que tiverem terminado de planejar meu futuro por mim, não se esqueçam de me comunicar o que decidiram! Então direi aos dois exatamente o que eu acho! De modo sucinto!”


O Chamado de Cthulhu e Outros Contos” (2010) é uma organização de Guilherme da Silva Braga para os contos de H. P. Lovecraft – o autor que, ao lado de Edgar Allan Poe, elevou a literatura dos contos fantásticos ao patamar da arte no século XIX. O brochurado reúne sete contos do autor, entre eles “Dagon”, talvez o mais conhecido texto de Lovecraft, que narra o encontro do personagem com o que se pensa ser a representação dos deuses de alguma tribo primitiva de navegadores. Lovecraft soube, em sua vida, como enegrecer o real; como estar frente ao seu tempo e criar cientificidade nas páginas; como deixar para a humanidade uma grande fonte de literatura clássica.

“Escrevo essa história sob uma pressão mental considerável, uma vez que hoje à noite me apago.”


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