sexta-feira, 9 de março de 2012

Cheiro de páginas novas.

Por Carlos Gabriel F.

Afinal, ninguém vive de anacronismo em tempo integral de vivência literária. Atualizemos nossas estantes:

O “Circo da Noite” propõe-se a iniciar a mágica onde antes não havia nada. É com as tendas listradas de preto e branco que o espetáculo pretende se residir no mais insípido local, onde no seu interior jazem as mais diversas coreografias que de imediato conquistam uma plateia de inúmeros aventureiros: seja de alma ou coração. Vê-se diante de um Labirinto de Nuvens, um Jardim de Gelo e, sobretudo, uma bela contorcionista tatuada a se esgueirar pelas células do próprio corpo a fim de se encaixar nos locais mais inacreditáveis. Não há de se imaginar, entretanto, que por detrás de todo o perceptível, existe um casal que, desde a mais tenra infância, são treinados para o duelo mortífero no qual apenas um sobreviverá. Celia e Marco são os destinados à luta eterna, seja ela física ou romântica. É no meio do encanto e da fascinação que reside o mais novo lançamento de Erin Morgenstern, que está sendo considerado como o Romeu e Julieta da nova era. 

Editora: Intrínseca
Tradução: Claudio Carina
Páginas: 368


Outro lançamento que me chamara a atenção foi a nova brochura de Nádia São Paulo, “O Mistério da Casa na Praia”. É sobre uma família que gosta de mudanças, suas expectativas e consequências. Elizabete, Eduardo e Ana Julia anseiam pela descoberta do inesperado, pela vivência daquilo que, porventura, não tomariam como imaginários seus. O imprevisto da nova casa no belo balneário em Guarapari eram as aparições sobrenaturais, que os levarão ao mistério que circunda toda a história do local. A estória de Nádia promete levar os leitores à ápices de suspense com a trama da família, que pode desembocar na sanidade mental de Elizabete até por em risco a vida da ainda jovem Ana Julia.


Editora: Novo Século
Páginas: 224







Imagine-se reencarnado em um rinoceronte com a consciência do que havia acontecido contigo em vidas passadas; não apenas lapsos de memórias atrasadas ou vivências desesperadas, mas o rolo completo daquilo que sobrevivera enquanto humano numa década retrasada. A ideia ousada é de Catherine Clément, em “Dez Mil Guitarras”. Um brâmane morre em Bengala, na Índia, e é na África que vem a iniciar novamente a sua vida. Quando já acostumado com a sua rotina de lamas e barrancos, o rinoceronte é capturado e levado para Portugal, em um exato reino prestes a entrar em dias de azar. Ao longo da trama, lemos a narração daquilo que o animal – e por que não, alma aprisionada de homem antepassado – escuta e vê, de modo que o livro de Catherine traça uma longa via através dos acontecimentos mundiais, levando-nos desde René Descartes até a rainha Catarina, na Suécia. Aprendemos, sobretudo, por meio da brochura, sobre história política, viajamos nos séculos XVI e XVII. 


Editora: Companhia das Letras
Tradução: Eduardo Brandão
Páginas: 352




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