sexta-feira, 23 de março de 2012

“Um policial de cortar a respiração”


Por Arthur Franco

Sou assumidamente fã de todo e qualquer tipo de romances policiais. As tramas bem amarradas, o suspense e a atmosfera criadas pelos autores de livros nos quais o leitor é levado a tentar adivinhar quem é o criminoso ocupam o lugar de destaque na minha estante. E é nessa categoria que Tess Gerritsen se enquadra. A autora americana (com ascendência chinesa, diga-se de passagem) é formada em medicina, mas é conhecida mundialmente por seus best-sellers policiais protagonizados pela detetive Jane Rizzoli e pela médica-legista Maura Isles. A emissora TNT transformou seus livros em uma série de televisão (muito boa por sinal!) chamada Rizzoli & Isles, que tem Angia Harmon e Sasha Alexander.

Rizzoli certamente não é o tipo de personagem que cativa o público, mas conforme sua história vai sendo desvendada, a detetive mostra que tem potencial para ser a próxima “Sherlock Holmes” ou até mesmo um “Poirot”. Já Maura tenta personificar o lado da razão, que tenta controlar o coração e ver o lado frio e coerente dos acontecimentos.  

O primeiro romance de Gerritsen que tive a oportunidade de ler foi A Pecadora. Com uma narrativa ágil, fácil de entender e que prende o leitor, a autora consegue fazer que a próxima página seja sempre mais interessante do que a anterior. O enredo se desenvolve a partir do assassinato de duas freiras, cujos corpos foram encontrados na Capela da Nossa Senhora da Luz Divina. As “irmãs” viviam em clausura, sem contato com o exterior. O caso se complica quando Maura, ao fazer a autópsia na irmã Camille, descobre que pouco antes de sua morte, ela deu a luz. Enquanto isso, um corpo mutilado é encontrado em um prédio abandonado. Existe alguma relação entre os homicídios? O suspense se concentra com o passar de cada linha e a investigação vai levá-las a ver que quem matou uma vez está sempre disposto a matar novamente. 

Interpondo uma investigação de um homicídio com o lado humano das investigadoras, a obra cativa tanto pela humanização dos personagens, que passam pelos mesmos acontecimentos que ordinariamente muitos sofrem, quanto pelo desenrolar da procura pelo assassino. Termos técnicos de medicina estão presentes em todo o livro e, ao invés de dificultar a leitura, fazem com que o leitor compreenda o que aconteceu e dá possibilidades e chances para que ele participe da investigação e, por conseguinte, resolva o mistério.

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