sábado, 31 de março de 2012

Livros para se adentrar no mundo de Agatha Christie - Parte II

Por Arthur Franco 
 
Dizem que seus livros só não foram mais traduzidos do que a Bíblia e as obras de Shakespeare. Com mais de 80 romances publicados, Agatha Christie me conquistou ainda na adolescência, com meus 15 anos e tempo de sobra para ler. Era mais de um livro por semana: nas aulas, em casa, na rua, em qualquer espaço de tempo livre, estava eu com alguma obra ‘agathachristiniana’ embaixo do braço. As tramas muito bem estruturadas e a variedade de motivos/armas/circunstâncias foram as pedras angulares para que meu coração desenvolvesse uma paixão por Christie. Os personagens, todos com o psicológico quase que ‘analisado’ ao longo das histórias, cativavam e sempre levavam a procurar mais um volume. 

Como o volume de obras escritas por Agatha Christie é imenso, seleciono aqui mais 5 obras que recomendo e nomeio como algumas das melhores, baseados em fatores subjetivos e em variáveis como circunstâncias do crime, táticas utilizadas, originalidade e construção da trama. Confira aqui a primeira parte dessa lista!  

 
Cipreste Triste (1940)

Detetive: Hercule Poirot

A dúvida se o personagem morreu de causas naturais durante o sono ou foi assassinado é um recurso que Agatha utiliza com frequência. Aqui temos a morte de uma senhora, que todos julgam que morreu de causas naturais. Mas um vidro de morfina sumiu da maleta de uma enfermeira. E pouco tempo depois a jovem Mary Gerrard aparece morta. Elinor Carlisle, sobrinha da primeira vítima e rival da segunda, é condenada a morrer na forca. Hercule Poirot ainda acredita que a moça não cometeu os crimes e vai correr contra o tempo para tentar provar sua inocência. 

"E em triste cipreste deixe-me repousar; Voe para longe, voe para longe, suspiro; Por uma donzela bela e cruel sou destruído."


 
A morte da Sra. McGinty (1952)

Detetive: Hercule Poirot

A senhora McGinty é encontrada morta em sua casa. A causa da morte: uma pancada na cabeça com um objeto pontiagudo e pesado. Um suspeito já foi condenado e está prestes a ser enforcado. Mas o superintendente Spence não está convencido de que aquele pobre rapaz é o real assassino. Chama então o seu velho amigo Hercule Poirot para tentar descobrir porque alguém haveria de matar uma simples diarista. Poirot vai contar com a ajuda da sua amiga Ariadne Oliver para tentar solucionar um dos melhores casos da sua carreira.   

"A Sra. McGinty morreu!” - “Como foi que ela morreu?'' - “Dobrando um joelho assim como eu!"


 
Um crime adormecido (1976)

Detetive: Miss Marple

A última aventura de Miss Marple foi escrita durante a Segunda Guerra Mundial, mas ficou trancada em um cofre até 1976, sendo lançado somente após a morte da escritora. O enredo acompanha Gwenda Reed e seu marido, que recentemente se mudaram para a Inglaterra. Gwenda tem certeza de que nunca morou em solo britânico, mas tem a impressão de que conhece a casa onde mora. Uma determinada frase de uma peça teatral desperta na garota a imagem de uma mulher assassinada, bem ao pé da escada de sua nova casa. Miss Marple, que também estava no teatro, vai tentar descobrir se realmente houve um crime, sem se lembrar de que, quem matou uma vez, pode matar de novo. 

"Cubram seu rosto, ela morreu jovem..."

 
O Assassinato de Roger Ackroyd (1926)

Detetive: Hercule Poirot

Esse foi o primeiro grande sucesso da autora devido ao seu final polêmico. Muitos consideram que Christie não se utilizou das regras convencionais dos romances policiais, mas com toda certeza ela criou um desfecho inesperado e inédito até então. Poirot agora está aposentado e se dedica a plantar abóboras em uma pequena vila. Tudo vai bem até que o dono de uma grande propriedade local, Roger Ackroyd, é apunhalado e encontrado morto em seu escritório. Poirot toma frente à investigação e, com a ajuda do Doutor Sheepard, grande amigo do falecido, tenta encontrar a verdade em um mar de pistas falsas.  

"Caminhamos juntos a estrada que trilhei sozinho."


 
Assassinato no Expresso do Oriente (1934)

Detetive: Hercule Poirot

O final total imprevisto e não convencional talvez tenha transformado essa obra na mais famosa de Christie. Novamente encontramos as marcas tão utilizadas pela autora: um assassinato em um lugar fechado por dentro e diversos suspeitos, todos muito bem delimitados. Dessa vez o ambiente é uma cabine no luxuoso trem Expresso do Oriente, na qual a vítima foi encontrada. A reviravolta acontece quando o detetive descobre que o morto foi parte integrante no rapto e morte de uma criança, anos atrás. Pistas falsas surgem a todo o momento e todos têm um álibi perfeito. Mas Poirot utiliza suas células cinzentas e vai propor não uma, mas duas soluções. 

"- Senhor Hardman, quer ter a bondade de reunir todos os passageiros aqui? Há  duas soluções para o caso: quero expô-las diante de todos." 


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