Por Arthur Franco
O brilho nos olhos. É assim que, desde o início dos tempos,
as pessoas reconhecem a sua Outra Parte. Mas Brida não procura encontrar a sua Outra
Parte. Quer ser uma feiticeira, saber os segredos da magia, dominar os poderes
ocultos. Decidida, crédula, insistente, essa é
Brida, protagonista do livro homônimo de Paulo Coelho.
Brida tem apenas 21 anos, mas já deseja conhecer o mundo
invisível, o universo místico que nos cerca. Sua busca se inicia com o Mago de Folk, um
mestre na Tradição do Sol, que explica tudo pelas manifestações divinas na
natureza. Mas é com Wicca, uma feiticeira da Tradição da Lua, que Brida descobre
o seu papel como bruxa, o seu destino nos conhecimentos da Sabedoria e do Tempo.
Paulo Coelho imerge-nos em um mundo mágico, de revelações
das Tradições e da iniciação de uma jovem bruxa. Ensina-nos sobre a Outra
Parte, a nossa distinta metade que se separou quando viemos a essa realidade. Mostra-nos
sobre a Noite Escura, nos vacilos da Fé e de como devemos persistir e não nos
acomodarmos, mesmo quando tudo incida o fracasso e o erro. Mais do que um
livro de misticismo, tradições e auto-ajuda (como Paulo Coelho é denominado
pela grande parte da população), é uma obra de introspecção e dúvida, das
incertezas e confusões que fazem parte da nossa existência.
“- Então de que vale procurar? - perguntou ela.
- Não procuramos. Aceitamos, e então a vida passa a ser muito mais intensa e
mais brilhante, porque entendemos que cada passo nosso, em todos os muitos da
vida, tem um significado maior do que nós mesmos. Entendemos que, em algum
lugar do tempo e do espaço, esta pergunta está respondida. Entendemos que
existe um motivo para estarmos aqui, e isso basta.”
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