por Arthur Franco
Alimentando a minha paixão por romances policiais, estou
sempre à procura de novas obras que possam incitar o meu lado investigativo. Foi
dessa forma que descobri Nero Wolfe. Criação do americano Rex Stout, o obeso investigador particular é detentor de uma
inteligência fora do comum. Contrariando as regras de um “bom detetive”, ele
quase nunca sai de casa, não corre atrás dos bandidos e não empunha armas de
fogo. Seus olhos e ouvidos são o fiel companheiro Archie Goodwin, que leva
todas as informações sobre os crimes até Nero.
O detetive apareceu em 33 novelas e em 39 contos, publicados
entre anos 30 e os anos 70. Os seus 130kg não são um empecilho para a rapidez
do seu pensamento e para a frenética resolução dos mistérios. Sua paixão por
comida é uma das suas características mais marcantes e é um dos poucos motivos
que faz Nero sair de casa.
É movido por essa paixão que ele então aceita participar de
um encontro gastronômico, ambiente no qual a trama de Cozinheiros Demais se desenrola. Publicado
em 1938, o livro tem como enredo um encontro dos Les Quinze Maîtres, uma reunião
de renomados chefes internacionais para a escolha da melhor receita. É nesse ambiente ocupado por egos inflados, brigas terríveis e
refeições divinas que um dos mais odiados cozinheiros é encontrado morto. Cabe
então a Wolfe encontrar a solução para o crime para poder voltar para casa. Um ótimo ritmo, um pouco de culinária e bom humor fazem de
Cozinheiros Demais uma boa leitura.
Curiosidade: as receitas preparadas pelos chefes em Cozinheiros Demais estão presentes no livro The Nero Wolfe Cookbook, uma compilação dos pratos que aparecem nas mais diversas investigações de Nero Wolfe.
Nenhum comentário:
Postar um comentário