por Arthur Franco
“Um país se faz com homens e livros".
Monteiro Lobato era um cara inteligente. No século XIX já sabia que nenhum país
se desenvolve sem cidadãos leitores. Mas quem é esse leitor brasileiro? O que
ele lê? O quanto ele lê? Na 3ª edição da Pesquisa Retratos da Leitura no Brasil,
realizada em 2011, o Instituto Pró-Livro foi atrás do “leitor brasileiro”, procurando
entender em que pé a leitura está no Brasil.
Começo com um dado preocupante. Em 2007 55% da população era
considerada “Leitora”, enquanto esse número cai para 50% em 2011. Na era da
internet e da facilidade de acesso à informação e à publicações como jornais,
livros e revistas, era de se esperar que o número de leitores tivesse
aumentado.
O ponto mais interessante da pesquisa talvez resida nas
justificativas dadas para a pergunta “principal razão para estar lendo menos do
que já leu”. As respostas foram agrupadas em quatro categorias: Interesse;
Dificuldade; Acesso e Não Sabe.
Quando analisamos a categoria Interesse nos deparamos com
uma situação já esperada. A justificativa mais utilizada por aqueles que dizem
não se interessar é a “falta de tempo”. Tudo bem, o mundo atual exige que
estejamos sempre ativos, trabalhando, na correria do dia a dia e com isso não
encontramos tempo para a leitura. Mas isso não passa de uma desculpa
esfarrapada e preguiçosa.
Um conselho que eu sempre dou a todos que dizem não ter tempo
para se dedicar a leitura: tire 10 minutos antes de dormir para ler. Pode ser
qualquer coisa: uma revista, uma matéria de um jornal, uma página de um livro. Não importa o que, mas leia. Com o tempo se
acaba criando um costume, uma necessidade de concentrar os olhos em algumas
palavras antes de dormir e com isso o hábito da leitura.
Já nas categorias seguintes encontramos situações que barram
o desenvolvimento do gosto pela leitura. As limitações físicas da visão, o
preço elevado dos livros e o analfabetismo são os principais impedimentos que a
população encontra quando. Isso sim é uma
situação justificável, entretanto muitas vezes contornável. Pesquisas como essas são importantes para se entender quem
lê no Brasil e como podemos criar políticas de incentivo à leitura que atinjam principalmente
as classes com uma renda baixa. Com a ajuda delas é possível criar uma identidade leitora no país e tentar formar uma sociedade com cidadãos informados e conscientes.
Você pode conferir a pesquisa na integra aqui!
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