sábado, 2 de junho de 2012

Devaneio medieval.

Por Carlos Gabriel F.

Gosto do medievo, daquilo que me transporta para a idade das trevas e me faz protagonista de ideias que não por mim foram concebidas. Gosto da medievalidade e de como seus costumes culturais eram de absoluta diferença desta contemporaneidade na qual sobrevivemos. Admiro aquelas construções de pedras acinzentadas com bandeiras na haste decorativa, arquitetura aconchegante, e janelas para o oceano que vaga pelo infinito. De todas narrações, prefiro a dos reis e rainhas, das guerras de elmo prateado e um guerreiro em despedida de sua querida amada. Gosto tanto das tragédias e das mulheres que lutavam pelo feminismo mesmo em tempos difíceis de escolhas. E ninguém melhor para nos conduzir através destas tramas do que Ken Follett e algumas de suas publicações expansivas. "Os Pilares da Terra" e "Mundo Sem Fim" me levaram através de suas histórias belas e me fizeram de experimento no campo medieval: vi-me apaixonado pela primeira vez pelo processo histórico - que muitas das vezes é deixado no limbo por outros autores. 


Nos seus condados, os pequenos personagens ganham grandes histórias e edificam-se ao transcendentalismo por meio de suas operações. Caris, Gwenda, Martin e Ralph de seus universos ociosos sem fim, de status sociais tão divergentes, veem-se em igualdade quando observam o inesperado. Viver neste mundo medieval com os personagens faz de nós, leitores devoradores frios, verdadeiros observadores natos de como é possível uma mudança radical - de perseverança na vã possibilidade de que o futuro seja diferente. Gosto do medievo, das semelhanças e possibilidades em trazer para o cotidiano aquilo que é narrado de eras passadas: somos o pretérito, o longínquo, a liberdade de escolha, a literatura plena e fugaz. Ken Follett, meu favorito, sabe fazer desse contexto algo de adoro atual e é ele a minha dica de devaneio para a próxima leitura a ser realizada, a ser conquistada e lida com o coração na mão e cabeça nas nuvens pela percepção de um sonho histórico já passado. (Ou até mesmo para presentear no dia dos namorados!)

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