Por Carlos Gabriel F.
Em época de modernidade líquida, onde tudo se esvai em incoerência e falta de permanência, o mais importante, talvez, seja entender os sentimentos, suas origens filosóficas e o que se transmite no âmago humano – as suas conexões e por que mágoas se tornam lúcidas em tão rápidos momentos. Auto-ajudas não me agradam: suas formas editoriais de me sucumbirem à felicidade alheia não me condiz, de me ditarem passos a seguir adiante para evitar o sofrimento hodierno não me afaga. Na necessidade de escolha e no vislumbre necessário de entender, voltei-me ao passado: não para tomar um anacronismo, mas porque acredito que na Grécia Antiga se encontra tantas repostas para as vivências diárias contemporâneas.

“O Banquete” é uma sincera conversa entre consciência e caminhos trilhados durante uma vida. As metáforas gregas, os entendimentos do deus Eros, contribuem não apenas para a formação romântica de uma pessoa, mas também o amadurecimento de uma ideia: é um tributo literário a fim de distinguir os diferentes sentimentos e suas verdadeiras essências. A filosofia distribuída me dá calafrios, faz-me chegar à um patamar de conhecimento que alguns livros, com suas ideologias marcante, não me permitiriam apreciar.
“Quando lhes acontece encontrar sua outra metade, sentem-se de tal maneira ligados pelas afinidades de simpatia e do amor, porque não é a lascívia que os leva assim comprazer-se na vida em comum. É evidente que suas almas aspiram a alguma outra coisa que não se pode traduzir em palavras, mas que se adivinha e dá a entender.”
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