domingo, 10 de junho de 2012

Reunindo amores.

Por Carlos Gabriel F.

Depois dos livros, provavelmente meu segundo romance seja a sétima arte. Sentar em uma cadeira de cinema vazio, esperar pelo começo das cenas, para então cair em uma felicidade imagética tão sobrenatural. Gosto de como alguns diretores conseguem colocar em sua essência verborrágica aquilo que transcende em mim: características que eu imaginava existentes apenas no meu âmago, ali, representadas, na tela que alguma hora se  dá por finalizada.

E quando estes dois pares românticos se unem, o filme e o o livro, fico em êxtase.


É isso que David Gilmour faz em “O Clube do Filme”. A história, verdadeira, perpassa seus tempos difíceis sem um emprego fixo e com problemas de educar o filho de quinze anos, que parece cada vez mais diante a falência — o garoto não gosta de ir a escola e tem reprovado em todas as matérias. É aí que surge a aposta de um pai aflito que necessita ver o filho em outro caminho. O acordo é concretizado quando o  garoto não necessitaria mais ir a escola se assistisse, durante a semana, três filmes.

A diferente aposta resulta no livro de David. A brochura nada mais é do que a narração do crescimento de enlaço entre pai e filho; da necessidade de encontrar outros meios para educar àqueles que porventura mais amamos. Namorei “O Clube do Filme” em diversas vezes, mas só tive oportunidade de lê-lo recentemente e fiquei encantado com a artimanha do autor de conseguir descrever criticamente o melhor (e o pior) do cinema mundial: desde “Amor à queima roupa” até “Bonequinha de luxo”, “O nome do jogo” e “O iluminado”.

O entremeio de David, a tentativa de se dar bem diante a sua prole, é construída de forma marcante, ressalvando com sinceridade como é difícil crescer, adquirir responsabilidades; como películas podem tramar um importante papel na vida nostálgica do ser humano e como ver o filho crescer é se despedir diariamente de fases que ficam presas no passado.

Nenhum comentário: