sexta-feira, 29 de junho de 2012

Uma Madame a frente do seu tempo.


Por Arthur Franco

Quando Gustave Flaubert publicou Madame Bovary em 1857, a obra foi considerada escandalosa. Ao retratar a vida de uma mulher burguesa que se casa e logo vê a sua vida apática e sempre no marasmo, o autor incitou graves críticas à sociedade da época.

A Madame do título é Emma, uma mulher sonhadora, que gosta de livros de romance e acredita que se apaixonar é uma grande aventura. Através da literatura a moça conheceu outros mundos, outras realidades, amou, odiou, sentiu intensamente. E assim esperava que fosse a sua vida. Encontra um marido em Charles Bovary, um médico de província que a ama mais do que tudo e faz todas as suas vontades. Entretanto, o amor de Charles é proporcional ao tédio que causa na mulher. Emma sente-se entediada ao extremo com o marido, com a casa, com a sua vida. Nem mesmo o nascimento de sua filha lhe desperta emoções. Afundada na agonia e no desejo de aventura, ela parte então para o adultério, onde encontra satisfação momentânea. Mas Emma nunca está plenamente satisfeita com o que tem.

Madame Bovary é considerado um clássico da literatura, tanto pela sua linguagem quanto pela inovação do enredo. Ao tratar de temas como adultério e suicídio, além de tecer severas críticas a burguesia e aos seus costumes, Gustave Flaubert chocou o mundo, mas ao mesmo mostrou que o pensamento antigo, da mulher quieta, submissa e sem grandes aspirações, já era passado.  

Um comentário:

Elisa Chueiri disse...

Foi o último livro que li, acabei recentemente. Gostei muito, mas acho que daria pra contar essa história em menos páginas, porque em muitos momentos fiquei mais entendiada que a própria Emma!