Por Arthur Franco
Os Homens Que Não Amavam As Mulheres é o primeiro livro da Trilogia Millennium, que também engloba os livros A Menina que Brincava com Fogo e A Rainha do Castelo do Ar, todos escritor sueco Stieg Larsson. Lançado primeiramente em 2005, o livro já foi adaptado duas vezes para o cinema: uma primeira versão em 2009, produzida pela companhia sueca Yellow Bird; e agora uma versão americana de 2011, dirigida por David Fincher, responsável por A Rede Social e O Curioso Caso de Benjamin Button. Nessa nova versão cinematográfica, Daniel Craig interpreta Mikael Blomkvist e Rooney Mara é Lisbeth Salander.
A temática
principal do livro é o abuso sexual de mulheres e como essa exploração tem
proporções muito maiores do que podemos pensar. Ao longo de suas 528 páginas,
Stieg Larsson apresenta uma história que é incomparavelmente bem escrita e
cativante. Misturando elementos de um romance policial e questões políticas e
sociais, Larsson consegue combinar todos os personagens e amarrar todas as
pontas soltas de uma forma tão que chega a ser surpreendente. O elemento
suspense está presente do início ao fim, e logo no primeiro capítulo o autor
utiliza uma manobra que Dan Brown já é mestre: apresentar algum ápice da trama
que prende o leitor desde já e que só será explicado muito à frente.
Nesse caso, o
mistério é acerca de Harriet Vanger, que desapareceu em 1966 sem deixar
vestígio algum. Até o seu desaparecimento, Harriet presenteava seu avô, Henrik
Vanger, com uma flor emoldurada todos os anos em seu aniversário. O problema é que, mesmo depois de seu
desaparecimento, Henrik continua recebendo uma flor a cada aniversário. Ainda
assim ele está convencido de que ela está morta e que algum membro da sua família
foi o responsável. É na busca da solução para esse enigma é que o livro
consegue se desenvolver tão continuamente e a leitura se faz ágil.
O protagonista
masculino é Mikael Blomkvist,
um jornalista responsável por várias denúncias de escândalos e esquemas financeiros.
É ele que vai investigar o que realmente aconteceu com Harriet, sob o pretexto
de escrever uma bibliografia da Família Vanger.
Mas a verdadeira atenção da trama é Lisbeth Salander. Pálida, magra, com
cabelo curto e muitos piercings, Lisbeth é o que podíamos chamar “antagonista-protagonista”.
É aquele tipo de personagem subjetiva e aversiva que vai contra todas as regras
e contra tudo que se espera dela, mas que ainda assim conquista nossa afeição. E,
por mais anti-social que Lisbeth seja, o seu caminho vai se cruzar com o de
Mikael, revelando que os segredos dos Vanger vão muito além do que se acredita
e certos atos têm conseqüências incalculáveis.
Um fato curioso sobre a Trilogia Millenium é
que somente após a morte de Larsson, as obras foram publicadas. O autor morreu
em 2004, vítima de um ataque cardíaco, e em 2005 foram descobertos os
manuscritos da Trilogia. Muito se especulou sobre a sua morte, já que
constantemente Larsson recebia ameaças de morte. Depois do lançamento, os livros
foram um sucesso imediato, sendo A Rainha do Castelo do Ar o livro mais vendido
nos Estados Unidos em 2010 segundo a revista Publishers Weekly.
Os Homens que Não Amavam as Mulheres é
certamente um daqueles livros que é difícil de colocar de lado depois que se
começa a ler e só consegue para quando a última página é virada.
Confira abaixo o trailer da versão americana de Os Homens Que Não Amavam as Mulheres:
Nenhum comentário:
Postar um comentário